26 de jul. de 2013

Mostra-nos Jesus, Papa Francisco!

Por Rachel Lemos Abdalla


Quanta alegria estamos sentindo neste tempo em que gesta em nosso coração uma grande esperança nos jovens para o futuro, assim como pediu o Papa Francisco na Homilia da missa em Aparecida, ontem, dia 24 de julho: “É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado...venho hoje bater à porta da casa da Mãe, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um país e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar atenção para três simples posturas: conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.”

São poucos os jovens que veem para o encontro da Jornada Mundial da Juventude, e já são tantos! Fala-se em mais de 2 milhões deles reunidos em nome de Jesus Cristo, vindos de todas as partes do mundo, rezando em diversas línguas, mas proferindo uma só fé, uma só esperança na linguagem do Amor que Jesus ensinou. Ele que um dia disse: Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles (Mt 18,20). Que emoção! Ele está ali, é o jovem que está ao lado, ou atrás, ou à frente, vibrando e rezando dentre tantos outros jovens.

Alguns O conheceram desde muito pequenos, dentro de casa, com os pais e avós; outros souberam que Ele existia quando entraram para a catequese; e outros mais o encontraram na dor do abandono ou do isolamento, na tristeza e na dureza da própria vida, na dificuldade e na luta pela sobrevivência, pois Jesus se faz um de nós e nos chama, nos cura e nos acalenta, e principalmente nos ama incondicionalmente.

Esta certeza já reside no coração deste imenso mar de jovens que se encontram na encosta do mar de Copacabana para o encontro com o representante de Cristo, o Papa Francisco, o Pastor que vem para junto de suas ovelhas que precisam ser arrebanhadas com dedicação e muito zelo.

Ele vem, como o próprio Cristo humilde e simples, falar a linguagem do nosso povo pobre e sofredor, que precisa de esperança e de fraternidade. Os Documentos das referidas Conferências Episcopais Latino Americanas pós Concílio Vaticano II, de Puebla, de Medellín e, mais recentemente, de Aparecida, recordam que a ‘missão’ deve ser a razão de ser da Igreja da América Latina, que tem como ponto fundante a “Opção pelos pobres”, estar em função da ‘promoção da Pessoa e da Vida Humana’, e da ‘Evangelização da cultura’, dando um novo impulso missionário para envolver toda a Comunidade Cristã Católica, a fim de que cada cristão se descubra missionário para a divulgação da Boa Notícia do Reino de Deus, ‘renovando a suave e reconfortante alegria de evangelizar’ (EN 80).

“Ide e fazei discípulos entre todas as nações!” (cf. Mt 28, 19). Este é o lema da Jornada Mundial da Juventude que vem de encontro com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano: "Fraternidade e Juventude" com o lema: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).Assim como Maria, mostra-nos Jesus, Papa Francisco, neste feliz tempo de mudança, em que é preciso sair de si mesmo em busca do outro que nos espera para conhecer o Cristo vivo e presente no meio de nós.

Fonte: ZENIT

19 de jul. de 2013

“Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo”. Rom. 7:18-19

5 de jul. de 2013

Lumen fidei - Encíclica do Papa Francisco

Lumen Fidei - A luz da fé, assim se intitula a primeira Encíclica do Papa Francisco que hoje foi apresentada em conferência de imprensa, no Vaticano. Dirigida aos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os fiéis leigos, a Encíclica – explica o Papa Francisco - já estava “quase completada” por Bento XVI. Àquela “primeira versão” o atual Pontífice acrescentou “ulteriores contribuições”. A finalidade do documento é recuperar o caráter de luz que é específico da fé, capaz de iluminar toda a existência humana. Quem acredita nunca está sozinho, porque a fé é um bem comum que ajuda a edificar as nossas sociedades, dando esperança. E este é o coração da Lumen fidei. Numa época como a nossa, a moderna - escreve o Papa - em que o acreditar se opõe ao pesquisar e a fé é vista como um salto no vazio que impede a liberdade do homem, é importante ter fé e confiar, com humildade e coragem, ao amor misericordioso de Deus, que endireita as distorções da nossa história.

Testemunha fiável da fé é Jesus, através do qual Deus atual realmente na história. Como na vida de cada dia confiamos no arquiteto, o farmacêutico, o advogado, que conhecem as coisas melhor do que nós, assim também para a fé confiamos em Jesus, um especialista nas coisas de Deus. A fé sem a verdade não salva, diz em seguida o Papa – fica a ser apenas um bonito conto de fadas, sobretudo hoje em que se vive uma crise de verdade, porque se acredita apenas na tecnologia ou nas verdades do indivíduo, porque se teme o fanatismo e se prefere o relativismo. Pelo contrário, a fé não é intransigente, o crente não é arrogante: a verdade que vem do amor de Deus não se impõe pela violência, não esmaga o indivíduo e torna possível o diálogo entre fé e razão.

Se torna, portanto, essencial a evangelização: a luz de Jesus brilha no rosto dos cristãos e se transmite de geração em geração, através das testemunhas da fé. Mas de uma maneira especial, a fé se transmite através dos Sacramentos, como o Batismo e a Eucaristia, e através da confissão de fé do Credo e a Oração do Pai Nosso, que envolvem o crente nas verdades que confessa e o fazem ver com os olhos de Cristo. A fé é uma, sublinha o Papa, e a unidade da fé é a unidade da Igreja. Também é forte a ligação entre acreditar e construir o bem comum: a fé torna fortes os laços entre os homens e se coloca ao serviço da justiça, do direito e da paz. Essa não nos afasta do mundo, muito pelo contrário: se a tirarmos das nossas cidades, ficamos unidos apenas por medo ou por interesse. A fé, pelo contrário, ilumina a família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher; ilumina o mundo dos jovens que desejam “uma vida grande”, dá luz à natureza e nos ajuda a respeitá-la, para “encontrar modelos de desenvolvimento que não se baseiam apenas na utilidade ou lucro, mas que consideram a criação como um dom”. Mesmo o sofrimento e a morte recebem um sentido do fato de confiarmos em Deus, escreve ainda o Pontífice: ao homem que sofre o Senhor não dá um raciocínio que explica tudo, mas a sua presença que o acompanha. Finalmente, o Papa lança um apelo: “Não deixemos que nos roubem a esperança, não deixemos que ela seja frustrada com soluções e propostas imediatas que nos bloqueiam o caminho para Deus”.


Clique aqui para acessar o texto completo da Encíclica “Lumen fidei”, no site do Vaticano.


Fonte: CNBB

9 de jun. de 2013

Papa no Angelus: Deus nos perdoa sempre. É pura misericórdia

  O Papa Francisco conduziu o Angelus deste domingo, 9 de junho, da janela da residência pontifícia para milhares de fiéis que lotaram a Praça São Pedro.

Em sua alocução, o pontífice recordou que "o mês de junho é, tradicionalmente, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, máxima expressão humana do amor divino. De fato, sexta-feira passada, comemoramos a Solenidade do Coração de Jesus, uma festa que dá consonância a todo o mês".

O Santo Padre explicou que "a piedade popular dá muito valor aos símbolos. O Coração de Jesus é o símbolo, por excelência, da misericórdia de Deus. Porém, não é um símbolo imaginário, mas um símbolo real, que representa o centro, a fonte, da qual brota a salvação de toda a humanidade".

Nos Evangelhos, encontramos diversas referências ao Coração de Jesus. Por exemplo, na passagem onde o próprio Cristo diz: "Vinde a mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso. Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração", extraída do Evangelho de Mt 11,28-29.

"A seguir, é fundamental a narração da morte de Jesus, segundo São João", disse Francisco. "Este evangelista dá testemunho do que viu no Calvário, ou seja, quando Jesus já estava morto, um soldado transpassou-lhe o peito com uma lança e, daquela ferida, saíram sangue e água. João reconheceu, naquele sinal, aparentemente casual, o cumprimento das profecias: do Coração de Jesus, Cordeiro imolado sobre a Cruz, brotou, para todos os homens, o perdão e a vida".

O Santo Padre frisou que "a misericórdia de Jesus não é somente um sentimento. Pelo contrário, é uma força que dá a vida, que ressuscita o homem! É o que nos diz também o Evangelho de hoje, no episódio da viúva de Naim. Jesus, com os seus discípulos, estava quase chegando a Naim, uma aldeia da Galileia, precisamente no momento em que se realizava um enterro: estavam levando ao cemitério um jovem, filho único de uma mulher viúva".

Francisco destacou que "o olhar de Jesus se fixou logo sobre aquela mãe em pranto. E o evangelista Lucas diz: 'Ao vê-la, o Senhor sentiu grande comoção por ela. Esta compaixão representa o amor de Deus para com o homem: se trata da sua misericórdia, ou seja, a atitude de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa indigência, o nosso sofrimento, a nossa angústia. Com efeito, o termo bíblico compaixão evoca as vísceras maternas. A mãe, de fato, tem uma reação típica materna diante da dor de um filho. Assim Deus nos ama, diz a Escritura".

"Mas, qual é o fruto deste amor? Desta misericórdia? É a vida! Jesus disse à viúva de Naim: "Não chore! Depois, dirigindo-se ao jovem morto, o despertou como de um sono. A misericórdia de Deus dá vida ao homem, o ressuscita da morte. O Senhor nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia. Não tenhamos medo de aproximar-nos d’Ele! Ele tem um Coração misericordioso! Se lhe mostrarmos as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa. Tudo isso é pura misericórdia", disse ainda o Papa Francisco.

O Santo Padre fez um convite: "Dirijamo-nos à Virgem Maria. O seu coração imaculado, coração de mãe, compartilhou ao máximo desta compaixão de Deus, sobretudo na hora da Paixão e Morte de Jesus. Que Maria nos ajude a sermos mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos"!

Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou a Beatificação de duas Religiosas polonesas, neste domingo, em Cracóvia.

Trata-se de Sofia Czeska Maciejowska, que, na primeira metade do século XVII, fundou a Congregação das Virgens da Apresentação da Bem-Aventurada Virgem Maria; e Margarida Lucia Szewczyk, que, no século XIX, fundou a Congregação das Filhas da Bem-Aventurada Virgem Maria das Dores. "Com a Igreja em Cracóvia, demos graças a Deus", disse o pontífice.


A seguir, o Santo Padre saudou, com afeto, todos os peregrinos, grupos paroquiais, famílias, estudantes, associações e movimentos presentes na Praça São Pedro. O Papa saudou também os fiéis vindos de Mumbai, na Índia, e os peregrinos de Ortona, na Itália, onde são venerados restos mortais do Apóstolo Tomé. (MT/MJ).


Fonte: Ridio Vaticano (09 de junho 2013)

8 de jun. de 2013

Conheça a eCatholicus: uma rede social católica

No último dia 30 de abril foi lançada a eCatholicus (www.ecatholicus.com.br), uma rede social mantida que tem o apoio da CNBB e do CERIS (Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais), órgão ligado à CNBB que realiza o Censo Anual da Igreja Católica (CaicBr). Com a missão inicial de ajudar na divulgação da JMJ Rio 2013, a eCatholicus nasce também como ponto de encontro “antecipado” para os peregrinos que estarão no Rio para a Jornada, assim como aqueles que não poderão participar do encontro mas que podem acompanhar tudo através da Rede Social.
Segundo o padre Valdeir Goulart, "o projeto faz parte do processo maior de informatização do banco de dados da Igreja e publicação do Anuário Católico na internet." Ele explica também que a rede tem o objetivo de ampliar e potencializar a captação de dados para o Censo da Igreja, facilitando os trabalhos. "Uma rede social exclusivamente católica nos dará a possibilidade de falar diretamente com as células da Igreja presentes no Brasil, fato que contribuirá ativamente para a qualificação das pesquisas", completou.
Mesmo com tão pouco tempo no ar, esta nova rede social já conta com mais de 20 mil perfis de leigos e leigas, cadastrados com vínculos a uma das mais de onze mil paróquias pré-cadastradas na rede com base no cadastro oficial do CERIS que compõem o Anuário Católico do Brasil. "Paróquias, padres, bispos, diáconos, religiosos(as), comunidades católicas, enfim, as células oficiais da Igreja já estão no eCatholicus pois a Rede já conta com o cadastro do CERIS, o qual será atualizado constantemente", explica Fábio Castro, da Promocat Marketing, empresa responsável pelo projeto que conta também com o apoio da Thèos Informática, especializada em Sistemas de gestão de paróquias e dioceses, como o SGCP.
O usuário da nova rede também encontra comunidades de artistas, bandas, orações, santos e eventos que estão se cadastrando. No eCatholicus, o usuário pode postar suas fotos, enviar vídeos, mensagens e recados fechados para seus amigos virtuais, além de conversar com eles através do chat. "O fato de termos os leigos e leigas cadastrados diretamente ligados a uma paróquia favorecerá muito as comunicações entre as igrejas e os seus fiéis, proporcionando ganhos em escala para todas as células da Igreja", disse o padre Valdeir.
Para se cadastrar na Rede eCatholicus basta acessar o endereço www.ecatholicus.com e seguir as instruções.

Fonte: Site CNBB

23 de abr. de 2013

A Reforma Protestante: uma revolução dos leigos


"O papel do leigo de animar e aperfeiçoar a ordem das realidades temporais com o espírito do evangelho"
Por *Edson Sampel
Imagine como seria a cristandade atual se não houvesse ocorrido a assim chamada Reforma... Difícil de figurar tal hipótese, não é? Principalmente em tempos neoliberais, em que a religião é muita vez encarada como um capital simbólico ou um artigo de consumo. Impossível acreditar que o cristianismo ainda estivesse circunscrito à Igreja católica.
Vamos tentar pôr os pingos nos is. O termo “reforma” é completamente inadequado, pois, no século XVI, frei Lutero desencadeou uma autêntica “revolução” no cristianismo. Não entraremos no mérito das teses luteranas. Entretanto, percebe-se claramente a inidoneidade histórico-gramatical do vocábulo “reforma” para designar as mudanças estruturais propostas por frei Lutero e seus sequazes. O que é uma “reforma”? Ora, quando dizemos que faremos uma “reforma” na nossa casa, qualquer interlocutor compreenderá que não haverá transformações radicais no imóvel; dar-se-á uma demão de tinta nas paredes, trocar-se-ão os azulejos etc. Ora, a “Reforma” protestante implicou  uma “transformação radical” do cristianismo, o que caracteriza uma “revolução”. Um único exemplo é suficiente para demonstrar o caráter revolucionário do protestantismo:  dos sete sacramentos, a Reforma só admitiu um, o batismo.
Deflagrou a Reforma (revolução) um presbítero (padre): frei Martinho Lutero. Tudo começou com a afixação das famosas 95 teses na porta da Catedral de Witembergo, na Alemanha, no dia 31 de outubro de 1517. Nada obstante, os príncipes tedescos, leigos, assumiram imediatamente a indigitada revolução religiosa. Os motivos pelos quais assim procederam, se para confiscar as terras e bens da Igreja, não nos interessam neste momento. Importa constatar que a Reforma ou revolução só prosperou, porque os leigos, mormente os governantes, compraram a ideia de frei Lutero. Processo parecido se deu nos outros países onde a Reforma vingou; os leigos se tornaram pastores e, destarte, passaram a pregar o “cristianismo reformado”. Este fenômeno se estendeu até o presente. As denominações evangélicas hodiernas não dispõem propriamente de uma hierarquia eclesiástica, até porque a Reforma extinguiu o sacramento da ordem. Desta feita, não há diferença ontológica (sacramental) entre o evangélico simples fiel e o evangélico pastor.  Todo são tecnicamente leigos.
Nos nossos dias, a Igreja católica aguarda outra revolução por parte dos leigos! Espera que eles cumpram seu papel de animar e aperfeiçoar a ordem das realidades temporais com o espírito do evangelho, consoante reza o cânon 225, § 2. Esta é a missão batismal cometida aos leigos católicos. Os misteres intraeclesiais, como catequese e ministérios extraordinários, são deveras relevantes. Todavia, o que define a atuação eclesial do leigo é o estar no mundo, ou seja, a secularidade extraeclesial. Nas  instâncias da família, da profissão, da economia, da política etc., o leigo católico é chamado a evangelizar, na condição de autêntico membro da Igreja.
Para poder realizar tarefa tão nobre e cristã, o leigo não pode prescindir dos sacramentos, ministrados pelos componentes da hierarquia (padres e bispos). O sacramento da eucaristia é requisito sine qua non para o sucesso da empreitada dos leigos. O aludido sacramento constitui o centro da vida dos leigos e de todos os outros integrantes da Igreja.
Se os leigos católicos se compenetrarem da missão eclesial e batismal que lhes toca, decerto a sociedade política será mais justa e fraterna. Consoante explicou algures Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, quando se questiona sobre o que a Igreja realiza no campo de bem comum, deve-se devolver a pergunta aos leigos.
*Edson Luiz Sampel é Doutor em Direito Canônico pela  Pontifícia Universidade Lateranese, do Vaticano.
Professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT).


Fonte: Boletim ZENIT [ZP130421]

12 de mar. de 2013

O desafio de liderar a Igreja na América Latina

Às vésperas do Conclave os católicos aguardam com expectativa o início da eleição do próximo papa.

Segundo dados do Anuário Estatístico da Igreja da Santa Sé de 2012 os católicos representam 17,5% da população mundial, ou seja, cerca de 1, 2 bilhão de fiéis.

Na América Latina vive quase metade dos católicos de todo o mundo, cerca de 500 milhões. 

Segundo o Secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina, Guzmán Carriquiry Lecour, os desafios da Igreja presente na América Latina, começam “dentro” dela mesma. 

“O maior desafio para a Igreja não vem de fora. Na América Latina, o maior desafio é como a fé é celebrada, como é vivida, comunicada e evangelizada”.

Para o secretário o novo papa deve levar em consideração o valor da Igreja latino-americana que congrega quase a metade de fiéis de todo o mundo, e também para dar continuidade ao trabalho desenvolvido por Bento XVI.

“O novo Papa provavelmente irá continuar a levar adiante as diretrizes estabelecidas pelo Papa Bento XVI, que confiou à Pontifícia Comissão para a América Latina. O objetivo é fortalecer os laços com a América Latina e a comunhão com as igrejas . América Latina é extremamente importante para a Igreja Católica, uma vez que é composta por 46% dos católicos de todo o mundo”.

No Brasil, são 133, 6 milhões de fiéis, sendo o país com o maior número de católicos no mundo, segundo dados da Pew Research Forum.

Para dom Odilo Pedro Scherer, os desafios da Igreja do Brasil são muitos e relacionados com a evangelização dos povos em diferentes culturas e na realidade atual.

“São os desafios de toda a Igreja, que se manifestam em toda parte: a nova evangelização, a transmissão da fé, a perseverança na fé e a operosidade dos filhos da Igreja para a irradiação da luz e da força viva do Evangelho no mundo... Há os desafios internos da renovação constante da Igreja, para que ela viva no compasso do tempo e da cultura, sem deixar de ser ela mesma; há os desafios externos, representados pela cultura do nosso tempo, muitas vezes, fechada ao Evangelho, senão, contrária a ele. Há os desafios da presença pública da Igreja no mundo, no contexto da política, da economia, da educação, das relações sociais e internacionais”.

Para dom Raymundo Damasceno, cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um papa latino-americano seria bem-vindo.

“Acho que um papa latino americano seria uma bênção. Especialmente um papa brasileiro. Mas um papa não se escolhe pela geografia, tem de ser pastor", diz.

Fonte: Portal A12.com

18 de fev. de 2013

A função do Bispo de Roma


Oferecemos aos leitores parte do Código de Direito Canônico em vigor que se refere à função do Bispo de Roma.
Cân. 331 — O Bispo da Igreja de Roma, no qual permanece o múnus concedido pelo Senhor de forma singular a Pedro, o primeiro dos Apóstolos, para ser transmitido aos seus sucessores, é a cabeça do Colégio dos Bispos, Vigário de Cristo e Pastor da Igreja universal neste mundo; o qual, por consequência, em razão do cargo, goza na Igreja de poder ordinário, supremo, pleno, imediato e universal, que pode exercer sempre livremente.
Cân. 332 — § 1. O Romano Pontífice, pela eleição legítima por ele aceite juntamente com a consagração episcopal, adquire o poder pleno e supremo na Igreja. Pelo que, o eleito para o pontificado supremo se já estiver dotado com carácter episcopal, adquire o referido poder desde o momento da aceitação. Se, porém, o eleito carecer do carácter episcopal, seja imediatamente ordenado Bispo.
§ 2. Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie ao cargo, para a validade requer-se que a renúncia seja feita livremente, e devidamente manifestada, mas não que seja aceite por alguém.
Cân. 333 — § 1. O Romano Pontífice, em razão do cargo, não só goza de poder em toda a Igreja, mas adquire também a primazia do poder ordinário sobre todas as Igrejas particulares e seus agrupamentos, com a qual ao mesmo tempo se corrobora e defende o poder próprio, ordinário e imediato, que os Bispos possuem sobre as Igrejas particulares confiadas aos seus cuidados.
§ 2. O Romano Pontífice, no desempenho do seu múnus de Pastor supremo da Igreja, está sempre unido em comunhão com os outros Bispos e mesmo com toda a Igreja; tem contudo o direito de, segundo as necessidades da Igreja, determinar o modo, quer pessoal quer colegial, de exercer este múnus.
§ 3. Contra uma sentença ou decreto do Romano Pontífice não há apelação nem recurso.
Cân. 334 — No exercício do seu cargo, o Romano Pontífice é assistido pelos Bispos, que o podem ajudar com a sua cooperação por diversas formas, entre as quais o Sínodo dos Bispos. Auxiliam-no também os Padres Cardeais, e ainda outras pessoas e várias instituições segundo as necessidades dos tempos; todas estas pessoas e instituições, em nome e por autoridade dele, desempenham a missão que lhes foi confiada, para o bem de todas as Igrejas, e em conformidade com as normas definidas no direito.
Cân. 335 — Durante a vagatura ou total impedimento da Sé romana, nada se inove no governo da Igreja universal; observem-se as leis especiais formuladas para tais circunstâncias.

Fonte: Boletim ZENIT [ZP130217]

11 de fev. de 2013

Papa Bento XVI anuncia renuncia

O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira, ao final do consistório ordinário público convocado para votar as causas de canonização de três novos santos da Igreja Católica: um mártir e duas fundadoras de institutos religiosos, a sua renúncia oficial do cargo de papa.

Abaixo a integra do texto

Caríssimos Irmãos,

Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI


Fonte: Radio Vaticano